A ECHARPE SALVA A CENA
Quando o famoso diretor de cinema Alfred Hitchcock estava filmando uma cena chave para o filme “Um corpo que cai” (Vertigo-1958), uma simples echarpe colaborou no resultado final. O diretor havia posicionado a atriz Kim Novak contra a esquina de um prédio branco usando um casaco branco e uma malha rulê preta. Planejava usar a combinação “preto & branco” para criar tensão, mas o resultado pareceu estático no final. Precisava de um toque de mistério e glamour. Rapidamente Hitchcock encomendou uma longa echarpe preta de chifon para o figurinista e a cena se tornou um clássico. Se um pedaço de pano pode fazer esta mágica no cinema, por que não no roteiro real de cada mulher? É impressionante como apenas uma tira de pano pode transformar um look. As francesas, famosas pela elegância instantânea, são as maiores consumidoras de lenços do planeta. Este ornamento chegou a Europa, no século dezoito, protegendo as costas dos soldados que voltavam das guerras na Índia. Na moda o uso é recente. No final do século dezenove adornavam decotes e protegiam do frio. Madame Vionnet (1876-1975), responsável também pelos cortes em viés, frente única e gola capuz, foi a primeira a recomendar os lenços como acessórios elegantes para tailleurs e vestidos. A empresa Hermes, nos anos 1920 entrou na onda e criou lenços com motivos eqüestres, para proteger os cabelos das clientes amazonas que acabaram desfrutando do acessório também longe das cavalgadas. Durante a Segunda Guerra Mundial substituíram os chapéus (os materiais andavam escassos) e protegeram os cabelos, quando as mulheres foram obrigadas a encarar o trabalho nas fábricas.
CHARME DISCRETO
Foi o cinema que deu o charme discreto da burguesia a este quadrado de pano sedoso. Nos anos 50, era acessório básico nos filmes e no figurino das estrelas, enroladas no pescoço de Lauren Bacall ou envolvendo a cabeça de Audrey Hepburn.
ELEGÂNCIA INSTANTÂNEA
Lenços valorizam qualquer produção, até as “pobrinhas”. Tudo parece mais pomposo e cria a idéia que a pessoa está mais “produzida”. E é só um paninho.Funciona como as gravatas masculinas que mudam a imagem de um homem e muitas vezes a atitude. Faça o teste. Use uma camiseta básica com e sem lenço e avalie qual o visual que vai ser mais valorizado. Com o lenço certamente a imagem pessoal vai “causar” mais. Mas ao adotar lenços avalie no espelho se não parece sufocada, se o acessório a deixa mais esguia e mais alta, se o efeito final realça as qualidades, afinal este é o objetivo.
ARTE DE MANUSEAR OS LENÇOS
Usar echarpe e lenços exige prática e um espelho. A bossa vem do traquejo em manuseá-los. Cada tecido reage de uma maneira diferente. Os tecidos devem ser macios e maleáveis para permitir nós e caimento impecáveis. O importante é que pareçam naturais e não interfiram no visual. Para observar se o lenço tem bom caimento segure em uma das pontas. Ele deverá cair sem formar volume. Amarre as duas pontas para conferir como fica o nó.
DESENHOS
São infinitos, mas basicamente se dividem em oito tipos: florais, geométricos, desenho cashemire, paisagens, abstratos (Emílio Pucci), étnicos, lisos, Vintage (estilo brechó) e desenhos “Status Style” (Hermes, Gucci, Chanel, Versace, Burberry e outros). Os tecidos ideais são a seda (natural e sintética), algodão, lã e chifon. O material deve ser flexível para permitir nós delicados.
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